sexta-feira, 9 de abril de 2010

Puxa com cuidado a meia rendada. Abotoa sem pressa o espartilho. Reforça o ruge e o batom. Sobe no sapato de longos saltos. Coloca um jazz lento e serve-se de gim. A fumaça do incenso abruma a sala. Por fim, vai até a penteadeira, abre um estojo e dele tira uma gargantilha negra com um pingente brilhante. Agora sim ele pode estar. No início roçando leve seu corpo, sutilmente insinuada. As ligas se estendendo às meias como as suas mãos resolutas. Os corpos se abraçam no início suavemente. Vai-se produzindo um calor interior intenso. A boca arfa e o púbis dança como a força das marés. Uma concha côncava-convexa a receber vida. Quadris fartos, coxas polpudas. Ele gira, puxa-a leve e firme por trás e lhe oferece um prazer súbito. Irradiado, estupendo, nutrido. Oferece-se, entrega-se ao pulsar. Não resiste nada. Geme, goza, vibra, preenche-se de sêmen. Então mansamente debruça-se sobre o seu torso, agora menos ofegante. Sente-se liquefeita, sem nenhum contorno. Deixa-se escorrer.

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